É muito comum que, ao definirmos a ideia de um novo produto ou negócio, busquemos conselhos.
Ou, pior ainda, opiniões.
Porque, óbvio, queremos validação. Queremos ouvir que estamos no caminho certo e que o que estamos nos propondo a fazer vai dar certo.
Mas você sabe qual é o risco de escutar opinião alheia a respeito do seu negócio?
Leia este artigo e saiba como identificar as pessoas certas para ouvir no seu caminho empreendedor. Entenda como confiar na sua visão, tomar decisões difíceis e seguir o caminho certo para alcançar seus objetivos.
Rodrigo, CEO da Soviero, conta sobre a sua experiência na iBlackbelt, sua primeira empresa:
“Em meados de 2016 eu estava começando minha empresa anterior, a iBlackbelt, um sistema de gestão desenvolvido para academias de luta.
Nessa etapa, por mais que eu estivesse com alguns clientes, eu ainda dividia meu tempo entre trabalho durante o dia, que me ajudava na iBlackbelt, porque me trazia dinheiro para investir no meu negócio; e faculdade durante a noite.
Prestei o vestibular logo que me formei no colégio, entrei na faculdade de Engenharia de Computação e assim continuei.
Eu estava em uma situação em que a iBlackbelt começou a crescer e eu precisava tomar uma decisão sobre o que fazer para conseguir o tempo que eu precisava para continuar fazendo meu novo negócio crescer.”
Na jornada empreendedora, é natural atingir um platô em diversos momentos. Pode ser no número de clientes ou na quantidade de horas de desenvolvimento entregues, por exemplo.
Normalmente, esses platôs estão relacionados a algum sacrifício que precisa ser feito.
No caso do Rodrigo, trabalhando durante o dia e estudando de noite, a iBlackbelt já estava no máximo onde poderia chegar.
Então, ele tinha que tomar uma decisão: ou largava o emprego ou largava a faculdade.
“O meu emprego era justamente o que me trazia dinheiro, que eu investia na iBlackbelt. Já a faculdade tinha o efeito contrário: me fazia gastar dinheiro.
Eu entendi, então, que a melhor decisão seria trancar a faculdade. Menos dinheiro que eu gastaria e mais tempo que eu teria disponível para evoluir meu negócio.
Porém, antes de chegar a essa conclusão eu fui, como qualquer outra pessoa, consultar meus familiares e amigos que já conheciam o trabalho que eu estava desenvolvendo.
De todos com quem conversei, não teve um sequer que me disse para largar a faculdade e focar no meu sonho.
Pelo contrário, o que acontecia é que não somente achavam que eu estava errado, como também tentavam me convencer do tamanho do erro que eu estava cometendo ao largar a faculdade.
Não importa o quanto eu explicasse que a iBlackbelt estava crescendo, que o meu objetivo era impulsionar esse crescimento, que não existia maneira de eu conseguir fazer isso sem dedicar mais tempo e que não poderia largar meu trabalho que garantia meu dinheiro para investir na empresa.”
É importante reiterar que muitas vezes o que fazemos não é pedir opinião.
Nós trazemos um assunto e colocamos nas outras pessoas a responsabilidade de falar aquilo que queremos ouvir.
Por vezes, na vida, nós sabemos o que precisamos fazer, mas ainda assim não fazemos.
Ficamos nos enrolando, nos enganando e ainda queremos que o outro nos diga aquilo que já sabemos.
O problema é:
E quando as pessoas nos falam aquilo que não queremos escutar?
É lógico que se o Rodrigo tivesse recebido o apoio de todos, seria algo muito bom. Ele teria trancado a faculdade mais rápido e teria feito isso com muito mais confiança.
Mas não é assim que funciona.
Quando pedimos um conselho ou uma opinião sobre algo que deveríamos fazer, a outra pessoa responde com base no que ela faria na mesma situação.
Se alguém te falar que você não vai conseguir fazer alguma coisa, na verdade o que essa pessoa está dizendo é que ela não conseguiria fazer isso.
As pessoas vão sempre opinar e aconselhar baseado no que elas fariam na sua situação.
Poucos conseguem se colocar no lugar do outro para pensar o que fariam.
Ao dar qualquer tipo de opinião sobre o que outra pessoa deve fazer é necessário entender quais os objetivos dessa pessoa, qual o contexto em que ela se insere e qual é sua meta de vida.
Aí sim você pode dar sua opinião.
O ponto é que, diante disso, para a maioria das grandes decisões, as pessoas vão falar aquilo que elas fariam e não o que elas acham que você deveria fazer. É por isso que um conselho não vale nada, porque cada um é diferente, cada um tem diferentes objetivos.
Se o Rodrigo perguntasse para um amigo que está fazendo faculdade de medicina, por exemplo, para exercer uma profissão que absolutamente não há como exercê-la sem curso superior; o conselho que ele receberia é de que deveria continuar na faculdade (afinal, é exatamente o que esse amigo faria).
Imagine que, ao pedir um conselho, você parta de um lugar de insegurança e fragilidade. Essas inseguranças serão alimentadas pelas opiniões recebidas, contribuindo para inércia e impedindo você de fazer o que realmente deseja.
“No meu caso, isso atrasou minha decisão de trancar a faculdade. Mas, contra tudo e todos, tomei essa decisão, que se provou uma das melhores da minha vida.
Foi trancar a faculdade que me permitiu ter mais tempo para evoluir meu negócio, que, naturalmente, cresceu cada vez mais. Esse foi o início de tudo.
Consegui conquistar tudo aquilo que eu tinha me proposto a conquistar, graças a uma decisão que todas as pessoas ao meu redor me aconselharam contra.”
Não existe maneira de uma pessoa que não tem o contexto da sua vida, não entende exatamente aonde você quer chegar e o que quer construir, te trazer uma opinião verdadeiramente imparcial.
Na maioria das vezes, as pessoas não vão entender mesmo, porque se entendessem estariam fazendo algo parecido.
Isso não significa que não há pessoas capazes de te aconselhar sabiamente. Quando eu falo que devemos ignorar a opinião de 99.99% das pessoas é porque ainda existe aquele 0,01% que devemos escutar com toda nossa atenção.
E quem são as pessoas que você deve escutar?
Escute apenas pessoas que já trilharam o mesmo caminho que você está percorrendo, alcançaram o sucesso e ajudaram outros a fazer o mesmo.
Essas pessoas merecem sua atenção.
Absolutamente ninguém mais.
Se você chegou até o final deste artigo, muito obrigado pelo seu tempo e disposição!
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