Empreendedorismo

Como Saber se Minha Ideia é Boa?

Descubra como avaliar se a sua ideia de negócio tem potencial para se transformar em um produto rentável.

Alice Cereser 21 minutos de leitura

Qual é a regra que define, no mundo, quem ganha dinheiro e quem não ganha?

Uns vão dizer que ganha mais a pessoa mais esforçada, a que mais estudou, a mais bem conectada, quem tem mais cursos, quem é mais honesto ou quem teve a sorte de nascer em uma família com boas condições financeiras.

Provavelmente, você pensou em uma dessas alternativas, porque, basicamente, é aquilo que nos é ensinado. Mas te convido a pensar no exemplo de um traficante — colocando a moralidade um pouco de lado para fazer essa reflexão.

O traficante é uma pessoa que ganha muito dinheiro, mas ele não é o mais honesto, não é o que mais estudou, não é o que fez mais cursos e, muito menos, alguém que nasceu em uma família muito rica.

Se a regra fosse qualquer uma daquelas alternativas, não faria sentido, por exemplo, um traficante ganhar dinheiro.

Existe uma regra universal que define se você vai ganhar dinheiro ou não: o dinheiro que você ganha vai ser sempre proporcional ao valor que você entrega para alguém.

Ou seja, quanto mais valor você entregar para um grupo de pessoas, mais dinheiro você vai ganhar.

É importante a gente se perguntar quais são as formas que nós temos de entregar valor para alguém (ou melhor, para várias pessoas) e fazer isso através de um negócio, de uma startup.

Se você sonha em empreender, mas não sabe por onde começar, comece por aqui. Acompanhe este artigo até o final e aprenda técnicas e conceitos aplicados com nossos clientes na Soviero Software Studio, onde nossa missão é levar novos empreendedores do zero até o primeiro cliente.

Quando a gente fala em conquistar o primeiro cliente, estamos falando em conquistar a primeira pessoa que vai nos pagar, estamos falando em ganhar dinheiro. Então, depois de repensar a “regra universal” para ganhar dinheiro e entender que o segredo é entregar valor, você pode se perguntar:

“Mas o que é valor, de fato?”

Preço é o que você paga, enquanto o valor é o que você recebe. Então, para qualquer tipo de transação ou compra, existe o preço a se pagar e existe o valor a ser recebido em troca do dinheiro pago.

Se eu pago 20 reais numa corrida de Uber até minha casa, o valor que eu recebo é o fato de eu chegar em casa de maneira confortável. Se eu pago 40 reais pela mesma corrida, mas de Uber Black, pago a mais pelo conforto de um carro superior, com um motorista mais capacitado.

Quando uma pessoa entende que o valor a ser recebido é proporcional ao preço pago, ela se sente automaticamente incentivada a comprar.

Outro exemplo, se estou com dor de cabeça e preciso de um remédio eu vou pensar comigo quanto vale, nesse momento, eu me livrar dessa dor de cabeça. 10 reais? 20? 100 reais?

Se eu não tenho dinheiro e preciso de dinheiro emprestado, os juros que eu vou pagar em cima desse empréstimo, vai ser proporcional ao valor que esse dinheiro vai me entregar. Quanto mais eu precisar desse dinheiro, mais valor o acesso a ele vai me trazer e, portanto, mais disposto estarei a pagar por ele.

Até agora, então, estabelecemos que o jeito para ganhar dinheiro é entregando valor. Quanto mais valor entregarmos, mais dinheiro vamos ganhar.

Já citei alguns exemplos, mas agora é importante você se perguntar:

Quais são as formas que eu tenho de entregar valor para várias pessoas?

E, claro, fazer isso através de um negócio, de uma startup. Se você parar para pensar, tudo o que gera valor, tudo pelo que as pessoas estão dispostas a pagar, não importa o que seja, de alguma forma está resolvendo uma dor.

Então, uma boa ideia é aquela que resolve uma dor.

Fique atento: dor é diferente de problema. Essa distinção é importante, porque as pessoas estão mais dispostas a pagar por aquilo que dói, do que para resolver aquilo que é apenas um problema.

Pense em quanto as pessoas gastam com vitaminas em comparação ao que gastam com analgésicos. Precisamos ser o analgésico, não a vitamina.

Muitas vezes, a pessoa vai ter um problema, vai estar ciente dele e, ainda assim, ela não vai ter a disposição de pagar para que esse problema seja resolvido. Enquanto aquilo que dói, é o que vai fazer com que essa pessoa invista dinheiro para encontrar uma solução.

E é isso que a gente quer. Queremos uma pessoa disposta a pagar pela solução que estamos nos propondo entregar.

O primeiro passo para entender se sua ideia é boa é perguntar:

Qual a dor que essa ideia está resolvendo?

Na Soviero, ajudamos novos empreendedores a transformar uma ideia em um produto e depois, consequentemente, em um negócio rentável. Uma das coisas que não fazemos é trabalhar em cima de ideias que a gente não acredita.

Na nossa primeira reunião, fazemos algumas perguntas que vão definir se a gente vai trabalhar com esse cliente ou não. Não gostamos de trabalhar com ideias que sabemos, com certeza, que darão errado.

É fácil saber quando um negócio vai dar errado. Então, nossa primeira pergunta é: “Qual a dor que esse seu produto está resolvendo?”

Na maioria das vezes, a pessoa não sabe responder. Isso porque existe um folclore popular que dita que tudo que precisa acontecer para alguém se tornar empreendedor e ficar milionário é ter uma grande ideia.

E não é bem assim.

O primeiro problema que enxergamos é quando esse cliente não sabe dizer exatamente qual a dor que essa ideia está resolvendo, e nós da Soviero também não enxergamos isso (afinal, às vezes o empreendedor tem uma boa ideia, mas tem dificuldade de comunicá-la).

Portanto, qual o cenário perfeito nessa nossa primeira reunião? É quando a primeira coisa que o cliente nos fala é de uma dor que existe e que ele, com essa ideia, está se propondo a resolver.

O caminho tem que ser esse:

  • Enxergar uma dor.
  • Entender o máximo possível sobre essa dor.
  • Pensar em como resolvê-la.

A melhor ideia possível é a ideia que resolve uma dor concreta.

E não é uma ideia de um produto que, na superfície, parece ser muito legal, muito bonito. De nada adianta isso se é difícil de compreender o que ela vai resolver de fato.

Diante disso, você precisa saber que o principal motivo pelo qual 70% das startups fracassam é a falta de product-market-fit, que nada mais é do que o encaixe entre produto e mercado.

Ou seja, o produto oferecido não resolve nenhuma dor. É um produto que não atende a nenhuma necessidade.

O ponto mais importante para começar a pensar se sua ideia é boa é justamente pensar nisso:

Qual a dor que o seu produto resolve?

O mínimo necessário para construir um negócio rentável é oferecer um bom produto. E a maioria avassaladora dos empreendedores sequer chega a atingir esse mínimo.

Mas vamos dizer que eu tenho um bom produto, descobri uma dor real e eu consigo resolver essa dor através de um produto de software. O que deve ser pensado agora?

Em primeiro lugar, saiba que nem todo bom produto é um bom negócio.

Eis então o que é necessário para ter um bom negócio:

  • A dor a ser resolvida seja dolorosa o suficiente ao ponto de alguém pagar pela solução.
  • Essa dor precisa ser compartilhada por um número significativo de pessoas.

Seu produto precisa resolver uma dor que seja grande o suficiente e que seja partilhada por um número significativo de pessoas.

Sem um relevante número de pessoas que sentem essa dor, é possível criar sim um bom produto, mas não um bom negócio.

Se sua ideia atende a esses pontos, existe uma chance significativa de ser uma boa ideia. E tem um enorme potencial de se transformar em um negócio rentável.

Por ora, é isso que você precisa saber.

Se você chegou até o final deste artigo e percebeu que sua ideia não é tão boa quanto imaginava, não se preocupe. Agora você já sabe os pontos mais importantes para detectar uma boa ideia. Isso, com certeza, te ajudará a procurar novas ideias.

Procure dores. Em vez de buscar uma ideia brilhante, encontre uma grande dor que você possa resolver. Essa solução será a sua grande ideia.

Muito obrigado pelo tempo e disposição!

Não deixe de enviar sua opinião ou feedback para o e-mail [email protected], ficaremos felizes em conversar com você e ajudar no que for preciso!